-» Reconto do Romance de D. Pedro I e D. Inês de Castro

    Por volta do ano de 1339, o Rei de Portugal D. Afonso IV e João Manuel (poderoso nobre espanhol) tratam do casamento de seus filhos. D. Pedro, herdeiro ao trono português, casa-se com D. Constança Manuel, mas apaixona-se perdidamente por uma das suas aias; essa aia era Inês de Castro, linda e formosa despertava inveja entre as mulheres da corte. A relação entre ambos foi crescendo até que a princesa D. Constança se apercebeu e tentou acabar com a relação de amor entre os dois apaixonados, convidando Inês para madrinha do seu segundo filho o infante D. Luís, visto que naquele tempo os padrinhos de uma criança passavam a ser como irmãos dos pais da mesma, um acto de amor entre eles seria considerado um crime. Contudo o infante morreu uma semana após o baptismo, a hostilidade cresceu em volta de Inês e o povo da corte comentava pelos corredores que, com certeza, não teria pronunciado com fé as palavras sagradas junto da pia baptismal. D. Constança foi ficando cada vez mais triste e passado um ano dá a luz o seu último filho, o infante D. Fernando. A princesa, que tivera uma vida tão sofrida, morre dias após ter dado a luz deixando D. Pedro livre para Inês.


    D. Pedro e Inês viveram felizes em Coimbra nos passos de S. Clara até ao dia 7 de Janeiro de 1354. D. Pedro teve 3 filhos com a amada, mas nenhum deles chegou a ser Rei de Portugal como D. Afonso IV temia.

    No dia 7 de Janeiro de 1354, D. Pedro parte para uma caçada com nobres, deixando Inês nos paços com os seus filhos. O seu pai e os seus conselheiros chegaram aos paços e o Rei ao vê-la com os seus netos vai-se embora deixando o destino de Inês nas mãos dos seus três conselheiros e do carrasco que os acompanhava. Estes, sem dó nem piedade, degolam-na perto da fonte que existia, e ainda existe, nos jardins dos Paços à qual foi dado o nome Fonte das Lágrimas. Diz-se que o sangue de Inês escorreu até à fonte, ficando marcado na pedra como prova do terrível crime ali cometido. Quando D. Pedro I chegou a casa, encontrou Inês morta junto à fonte e revoltado incendiou castelos e casas que pertenciam a seu pai. D. Pedro e D. Afonso IV envolveram-se numa espécie de guerra civil, tendo sido a D. Beatriz a intervir e a tentar promover a paz entre pai e filho. Mas D. Pedro não esqueceu o que tinham feito contra a sua amada Inês e, quando chega ao poder, manda capturar os seus assassinos, tendo um conseguido fugir. Diz a lenda que D. Pedro mandou preparar um delicioso banquete para ele e, enquanto se deliciava com ele, via os assassinos de Inês serem mortos brutamente, sendo a um arrancado o coração a um pelas costas e a outro pelo peito, e depois de presenciar isto D. Pedro ainda os trincou. Diz-se também que D. Pedro quando trasladou o corpo de Inês para Alcobaça a coroou Rainha e obrigou toda a corte a beijar-lhe a mão.